APRESENTAÇÃO
Há atualmente uma acintosa contrarrevolução aos movimentos feministas e aos ativismos pelos direitos civis, políticos e humanos das pessoas negras, LGBT, imigrantes, indígenas em muitas sociedades, principalmente as mais atrasadas e conservadoras como o Brasil. Segundo estudos recentes, 81% das vítimas de discursos de racismo no Facebook são mulheres negras na faixa etária de 20-35 anos. O Conto da Aia – The Handmaid's Tale, livro da premiada escritora canadense Margaret Atwood, escrito em 1985 e transformado em série em 2017 é uma angustiosa distopia que parecia estar distante da nossa realidade. Diante de tantos avanços e conquistas de direitos da mulher, como pode haver tamanho retrocesso com esse tipo violência de gênero e raça contra a mulher?
A proposta deste artigo é apresentar uma discussão sobre a questão do machismo explicitado no discurso de ódio proferidos nas redes sociais e analisar como uma educação crítica de base freiriana pode ajudar a combater essa prática.
REFERENCIAL TEÓRICO
Do ponto de vista teórico, este estudo está alicerçado em autores que trabalham a questão de gênero como Judit Butler e Carole Pateman; Heleieth Safiotti com a questão da violência de gênero e a herança patriarcal e Pierre Boudieu com a dominação masculina, entre outros. Analisaremos a pedagogia crítica de Paulo Freire como resposta ao problema levantado.
METODOLOGIA
A metodologia está baseada em 1) pesquisa bibliográfica sobre gênero, machismo e educação; com o levantamento de livros, artigos e web sites diversos sobre o conceito de gênero, machismo e educação; 2) análise dos discursos de postagens ou notícias sobre violência contra mulheres impressos nas redes sociais, mais especificamente no Facebook.
REFERÊNCIAS
ATWOOD, Margaret. O Conto da Aia. Rio de Janeiro: Rocco, 2017.
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina - 11° ed. - Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2012.
BUTLER, Judith. Problemas de Gênero – feminismo e subversão da identidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 17ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
______. Educação como prática de liberdade. 25ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2001.
______. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 2014.
ORLANDI, ENI. Análise de Discurso: Princípios e Procedimentos. Campinas: Editora Pontes, 1990.
PATEMAN, C. O Contrato Sexual. Trad. Marta Avancini. Rio: Paz e Terra, 1993.
SAFFIOTI, Heleieth. Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero. Campinas, Cadernos Pagu, n. 16. P. 115-136. (disponível em: http://www.scielo.br/pdf/cpa/n16/n16a07.pdf)
_____. Gênero, Patriarcado, Violência. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo. 2015.
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