Para abordar o estudo pautou-se na pedagogia freireana como fomento para práticas dos letramentos escolares, com foco no desenvolvimento da autonomia dos aprendizes. A escola é uma agência de letramentos ao potencializar a prática autônoma do estudante como sujeito ativo e reflexivo, para tal, há que considerar os saberes e curiosidades trazidos por seus alunos e não dissociar os saberes escolares dos da vida. Em Freire (1996, p. 9), vemos que, educar e / ou “formar é muito mais do que puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”. Assim, observamos que as práticas sociais que fazem uso progressivo da fala e da escrita reclamam por práticas de ensino-aprendizagem (multi) letradas, que compreendam a diversidade das linguagens emergentes (ROJO, 2013), mediante suas leituras de mundo, tornando-as mas significativo, vinculando “linguagem e realidade” (FREIRE, 1989, p. 21). Essas linguagens estão permeadas de contúdos, informações e saberes que circulam na vida social, principalmente, através de meios digitais e que muitas vezes tem contribuído para a propagação de falsas informações, pós-verdades e atémo discursos de ódias instâncas através internet como asFakes News, por exemplo. Desse modo, relacionamos a proposta freireana ao exercício dos letramentos com vistas à compreensão do mundo a sua volta e das exigências sociais, inclusive para o mundo das profissões, pois constitui-se como “caminho de intervenção da cidadania” (FREIRE, 1992, p. . 41). As propostas curriculares em EPT devem possibilitar aos estudantes a aquisição da linguagem como instrumento de luta, resistência e meio para comunicar-se e estar no mundo. Este trabalho possui natureza qualitativa com estudo de caso, pesquisa empírica e documental e se utiliza a pesquisa com professores de Redação Técnica e Oratória do Ensino Técnico de Instituição de EPT no Estado do Tocantins. Os dados indicam descompasso entre o currículo e saberes ensinados, relegando os conhecimentos das redes sociais trazidos pelos estudantes.