Autoras: Tânia Regina Dantas (Docente UNEB/MPEJA /PPGeduc-Brasil)
Juliana Machado de Carvalho (Doutoranda UB. Espanha)
O presente artigo trata do fenômeno da Imigração conceituado como algo que acontece em diversos países e localidades do mundo sob diferentes motivações e interesses; traz à tona alguns dados sobre a imigração de mulheres para o exterior, destacando os problemas decorrentes desse fenômeno e resgata a narrativa de uma imigrante brasileira, intentando ilustrar como a “consciência-mundo” se internaliza e se cristaliza na vivência no exterior. Emprega como procedimentos metodológicos, a pesquisa bibliográfica, dados secundários oriundos de site e ONGs, se utiliza de narrativa autobiográfica como testemunho dos percalços, conquistas e dificuldades experienciados por uma imigrante brasileira no contexto europeu. Esse artigo foi ancorada em estudos, pesquisas e reflexões embasadas em diversos autores como Ricoeur (2007), Freire (1981), Baganha e Marques (2001), Leal e Leal (2002), Flecha (1997), dentre outros. Várias são as causas que provocam a migração internacional, dentre estas o clima de instabilidade social, política, cultural e econômica no país de origem. A desestruturação interna do capitalismo e a imposição das regras da globalização têm proporcionado a saída de pessoas, criando rupturas e novos “muros invisíveis” como a dificuldade de acesso ao visto de trabalho no país de acolhimento, empregos temporários e sem estabilidade financeira. O grande montante de pessoas com baixa escolarização, que engrossam a fileira dos desempregados, fazem parte das estatísticas do analfabetismo (a taxa de pessoas com 15 anos ou mais no Brasil era de 11,3%, em 2018- IBGE), tendem a procurar os caminhos da imigração quando as portas lhe são fechadas para o mundo do trabalho. A Educação de Adultos vem tentando reverter essa situação. As pesquisas da ONG CHAME apresentam uma predominância de 61% de mulheres que gostariam de viver no exterior. As estatísticas demonstram que houve um acréscimo do número de imigrantes no mundo, somente nos Estados Unidos subiu, na última década, para 20 milhões de imigrantes fugindo das guerras, da fome e do desemprego. Esse fenômeno se constitui em um paradoxo, vêm aumentando as restrições e proibições para ingresso de estrangeiros nos países desenvolvidos. (In)conclusão, é preciso entender como tais sujeitos, potenciais imigrantes, percebem as oportunidades de expressar as questões que se referem ao seu lugar, ao seu território, a si mesmos e à forma como se relacionam entre si, com o seu contexto, com a sua história de vida, o que nos faz lembrar Freire (2001) ao ensinar que a conscientização está baseada na relação “consciência-mundo”, sendo um processo que cria e recria o cotidiano das pessoas.