A CONSCIÊNCIA COMO PROCESSO DE FORMAÇÃO DO SUJEITO HISTÓRICO
Julia Clasen  1, *@  , Livian Lino  1, *@  , Aline Accorssi  1, *@  
1 : Grupo Mariposas - Faculdade de Educação - UFPel
* : Auteur correspondant

Nos últimos anos temos vivenciado uma onda de revoltas populares na América Latina. Mobilizações que não ocorrem de forma isolada, mas demonstram-se interligadas e são despertas de maneira sincrônica em diferentes países. Estes países apresentam em sua formação histórica aspectos comuns, marcas de resistência que dão contorno de existência, que fornecem elementos para a formação identitária latino-americana. Ou seja, forjaram um meio de existir frente a colonização estabelecida, sedimentando marcadores sociais estruturais que marcam as sociedades até hoje. Tais marcadores fazem parte do aparelho ideológico dominante e sustentam relações mantenedoras da ordem produtiva do capital. Diante desse cenário, o objetivo do presente trabalho é compreender alguns aspectos que definem o processo de revolta dos sujeitos sociais (com identidades políticas diversas), e sua insurgência frente às amarras do imperialismo. São retomadas para reflexão movimentos como a Revolta dos Pinguins no Chile (2006), a Primavera Secundarista no Brasil (2016) e as revoltas populares que demarcam uma resistência frente a dissolução de governos progressistas e ascensão do poder conservador (2019). Movimentos ponderados, com intenção de refletir o processo de maturação da luta política na consciência dos sujeitos históricos. Sabe-se, contudo, que são muitos os motivos que posicionam o povo à luta, diante de uma formação de exploração e desumanização, do mesmo modo que também são múltiplos e se sobrepõem à estes, os fatores que levam ao processo de apaziguamento e interiorização da dominação social, presente, com frequência, na estrutura exploratória como fatalismo humano (MARTÍN-BARÓ, 2017). Neste sentido, para além de conjeturar a mobilização política em si, suas articulações e os repertórios assumidos, objetiva-se refletir acerca da constituição da identidade política do sujeito subalterno. Com isso, se faz necessário o enfrentamento da subjetivação da subalternidade, considerando seus demarcadores na formação social (FANON, 2005). Desta forma, este trabalho com caráter ensaístico, busca refletir a revolta popular a partir da categoria de conscientização, entendendo este processo como parte da formação dos sujeitos como sujeitos históricos, o qual ocorre em coletividade, na medida que este é ser inacabado e inconcluso, assim como a realidade histórica em construção (FREIRE, 1987). O processo de conscientização, não apresenta um fim definido, mas é movimento contínuo de desenvolvimento dos sujeitos, que através deste encontro em sociedade vislumbram a sua vocação de transformação da realidade. Neste sentido, intenciona-se abarcar o desenvolvimento da consciência política, como predisposição à libertação humana, levantando o caráter coletivo desse processo, que através do encontro com o outro, institui ferramentas para desnaturalização das relações sociais dominantes e reafirma o papel do sujeito no curso da história.



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