Adotando Paulo Freire como teórico basilar para ajudar a compreender as formas de pensamento nas quais os alunos e alunas da Educação de Jovens e Adultos têm sobre o seu próprio percurso de vida e acadêmico, relatados em memoriais construídos nas aulas de Diversidade, Inclusão e o Mundo do Trabalho, é que apresento aqui um relato de experiência. Tal relato se torna pertinente à medida que acreditamos no poder transformador da educação (FREIRE, 1987) e na potencialidade do autoconhecimento como parte fundamental para construção da conciência crítica do sujeito. Os memoriais construídos trataram-se de parte das atividades propostas nas aulas da disciplina Diversidade, Inclusão e o Mundo Trabalho, realizadas no período noturno de uma escola pública, situada no Sul de Minas Gerais, Brasil. Disciplina esta, do ensino médio, que contava com três professores ministrantes. A experiência relatada, em específico, realizou-se no 2º semestre de 2018 e tinha como objetivo pesquisar e entender um pouco mais sobre a história da Educação de Jovens e Adultos do Brasil e refletir sobre as próprias histórias e experiências dos alunos frequentadores das aulas. Os memoriais construídos retrataram a dura realidade de muitos brasileiros e brasileiras que foram obrigados e obrigadas a deixar a escola e apontam para uma culpabilização dos sujeitos em relação ao seu insucesso escolar, mas, ao mesmo tempo, à valorização dos estudos, mesmo que tardios.