Esse estudo é recorte de uma pesquisa de mestrado, realizada no Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGArC UFRN), Natal (RN), Brasil, aonde o pesquisador se deteve a ocupar um lugar de escuta entre gerações, a fim de desancorar da memória das mulheres de sua família Mulato, a história de Bia, a primeira mulher da família a dizer NÃO aos padrões patriarcais. Foram justamente os Ritos de Passagem (GENNEP, 2011) de Bia Mulato que a conduziu nessa empreitada acadêmica teórico-prática. Com essa comunicação, pretende-se apresentar os rastros da menina Bia no Sertão Potiguar, bem como sua breve passagem por um seio escolar, visto que ela foi impedida de estudar por ser uma mulher, sofrendo violência de gênero (FEDERICI, 2004). Partindo dos conhecimentos sistematizados por Paulo Freire sobre processos de ensino e aprendizagem, presente em sua obra, Pedagogia da Autonomia (1996), a proponente apropria-se dos conceitos do autor para falar sobre o processo peculiar de Bia Mulato enquanto educadora em prostíbulos (DESPENTES, 2016), às mulheres marginalizadas pela sociedade, partindo de uma experiência empírica, na qual as influenciou a seguir seus passos de tornarem-se meretriz em plena Segunda Guerra Mundial, como um cálculo de sobrevivência (ESTES, 1994).
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